segunda-feira, 21 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões

E o ultimo soneto da semana de Camões, espero que tenham gostado:


Quando da bela vista e doce riso

Tomando estão meus olhos mantimento,

Tão elevado sinto o pensamento,

Que me faz ver na terra o Paraíso.

Tanto do bem humano estou diviso,

Que qualquer outro bem julgo por vento:
Assim que em termo tal, segundo sento,
Pouco vem a fazer quem perde o siso.
Em louvar-vos, Senhora, não me fundo;
Porque quem vossas graças claro sente,
Sentirá que não pode conhecê-las.
Pois de tanta estranheza sois ao mundo,
Que não é de estranhar, dama excelente,
Que quem vos fez, fizesse céu e estrelas.


                                           Luís Camões
domingo, 20 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões

Antes tarde do que nunca, aqui vai o sexto soneto:


Em prisões baixas fui um tempo atado;

Vergonhoso castigo de meus erros:

Inda agora arrojando levo os ferros,

Que a morte, a meu pesar, tem já quebrado.

Sacrifiquei a vida a meu cuidado,

Que Amor não quer cordeiros nem bezerros;
Vi mágoas, vi misérias, vi desterros:
Parece-me que estava assi ordenado.
Contentei-me com pouco, conhecendo
Que era o contentamento vergonhoso,
Só por ver que coisa era viver ledo.
Mas minha Estrela, que eu já agora entendo,
A Morte cega, e o Caso duvidoso
Me fizeram de gostos haver medo.


                                 Luís Camões
sábado, 19 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões

Bom admito que foi complicado encontrar esse soneto, pois tinha lido faz tempo e nao lembrava muito bem dele, mas aqui vai o quinto:

Desce do Céu imenso, Deus benino,
Para encarnar na Virgem soberana.
"Porque desce divino em cousa humana?"
"Para subir o humano a ser Divino".

"Pois como vem tão pobre e tão minino,
Rendendo-se ao poder da mão tirana?"
"Porque vem receber morte inumana
Para pagar de Adão o desatino".

"Pois como? Adão e Eva o fruto comem
Que por seu próprio Deus lhe foi vedado?"
"Si, por que o próprio ser de deuses tomem".

"E por essa razão foi humanado?"
"Si. Porque foi com causa decretado,
Se o homem quis ser deus, que Deus seja homem"


                                                                Luís Camões
sexta-feira, 18 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões

Vamos para quarto soneto da semana em homenagem a Camões:


Transforma-se o amador na cousa amada

Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si sómente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semideia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim co'a alma minha se conforma,

Está no pensamento como ideia;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como matéria simples busca a forma.


                   Luís de Camões
quinta-feira, 17 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões




Hora do terceiro soneto de Camões:


Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algu~a cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

                        Luís de Camões
quarta-feira, 16 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões

Aqui vai o segundo soneto da semana, aproveitem:


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

                          Luís de Camões
terça-feira, 15 de maio de 2012 | By: administrador

Semana: Camões



Desculpe, mas como estou aprendendo sobre o classicismo, resolvi postar esse poema que acho muito bonito de Camões.Vou postar até o final de semana, então aproveitem o primeiro: 


Amor é fogo que arde sem se ver

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

                           Luís de Camões
domingo, 13 de maio de 2012 | By: administrador

O amor de mãe por seu filho é diferente de qualquer outra coisa no mundo. Ele não obedece lei ou piedade, ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho.
Agatha Christie
quarta-feira, 2 de maio de 2012 | By: administrador

Coringa nas antigas

Como sou muito fã de Coringa e percebi que muito dos meus seguidores também, vou postar uma imagem que vi sobre o coringa em outra época kkk



Vou por o Batman só pra comparar: